Três Barras inicia tratativas para estruturação da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

Foi dado o pontapé inicial para a estruturação da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, em Três Barras.

A apresentação do projeto aconteceu na tarde desta segunda-feira, 13, no auditório das secretarias de Educação e Saúde e teve, como público alvo, as equipes técnicas de diversas secretarias e setores municipais e representantes de instituições governamentais e não governamentais.

A vice-prefeita e mediadora da reunião, Ana Claudia da Silveira Quege, lembrou que a iniciativa local está baseada nos quatro pilares da política nacional que são a prevenção, assistência, enfrentamento e combate, e acesso e garantia de direitos.

“O objetivo é criar uma atuação articulada entre os diversos atores, a fim de trabalhar a prevenção e incentivar as denúncias de violência, mas, principalmente, fortalecer essa rede para que possamos prestar atendimento adequado às vítimas, capacitá-las e emponderá-las”, observou.

Antes mesmo de sair do papel a rede já conta com importantes apoios, como, por exemplo, da recém criada Procuradoria da Mulher no âmbito da Câmara Municipal de Vereadores.

Na abertura do evento, a presidente do poder legislativo tresbarrense, vereadora Mara Carla Shimoguiri (PTB), classificou a iniciativa como sendo uma conquista por resgatar a autoestima, autonomia e a cidadania das mulheres.

Já a vereadora e procuradora adjunta, Dani Krailing (PP), destacou a lei municipal n°3.570/2021, que assegura às mulheres vítima de violência familiar ou doméstica, ou que estejam sob medida protetiva, a destinação de 5% das vagas de trabalho nas empresas prestadoras de serviços contratadas pelo município de Três Barras.

“Vamos também conversar com outras empresas, principalmente aquelas de grande porte, para que também nos auxiliem e abracem esta causa”, disse.

Procuradora da mulher, a vereadora Josi Gazaniga (MDB) elencou as ações que a Procuradoria da Mulher pretende colocar em prática, nos próximos meses, como a criação do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM).

A Procuradoria pretende, ainda, solicitar o respaldo técnico e financeiro do município e ter o apoio da Rede nas seguintes pautas: oferta de cursos de qualificação profissional e de autonomia financeira às mulheres, realização de capacitação das equipes apoiadoras da causa e de estudantes do 9° ano do ensino fundamental, serviços de orientação jurídica, criação de um alojamento de passagem para abrigar mulheres vítimas de violência e, também, a instalação da sala lilás na Delegacia de Polícia Civil de Três Barras, para o atendimento exclusivo do público feminino.

Representantes da segurança pública local também participaram e contribuíram com o evento. A psicóloga da Polícia Civil, Melizze Cardoso, informou que 55 medidas protetivas foram solicitadas por mulheres nos primeiros cinco meses de 2022, das quais, 26 permanecem ativas. Ela lembrou, ainda, que entre os diversos tipos de violência contra a mulher, a primeira a acontecer é a psicológica.

A soldado Thais Aline Tomczyk afirmou, que em média, 10 ocorrências de violência doméstica contra mulheres são atendidas pela PM de Três Barras todos os meses. A policial, que atua na Rede Catarina de Proteção à Mulher, disse que um dos objetivos do programa é fazer valer as medidas protetivas concedidas pela Justiça, mas que este atendimento ainda encontra resistência por parte das próprias vítimas.

Durante o evento também foram discutidas e apresentadas as ações que serão desenvolvidas pelas secretarias municipais de Saúde, Educação e Assistência Social durante o Agosto Lilás, campanha nacional de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.

De acordo com a mediadora do encontro, Ana Claudia da Silveira Quege, o próximo passo, a partir da estruturação, é formar a rede de atendimento às mulheres em situação de violência.

Para isso, no entanto, é necessário realizar a capacitação dos agentes públicos que irão atuar diretamente neste processo e determinar a criação de protocolo e fluxograma de atendimento.

“Nossa ideia é ofertar formação continuada a todos os envolvidos e estabelecer um cronograma de ações que será colocado em prática nos próximos cinco ou seis meses”, informou, ao lembrar que um novo encontro deve acontecer em julho, em dia ainda a ser definido.

 

 

 

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